Laura Barros Fotografia - Desfoca Newsletter #2
Já sabem como funciona, né? Depois da palestrinha aqui embaixo, tem a curadoria de links com referências, notícias e curiosidades fotográficas.
Saiu esses dias uma notícia de que pela primeira vez em 35 anos a venda de discos de vinil ultrapassou a venda de CDs nos Estados Unidos. Imediatamente me lembrei de todos os amigos que colecionam discos, que são vários. Não foi difícil lembrar deles, já que todos ostentam a carteirinha oficial de colecionador de vinil. Aliás, se eu colecionasse, também deixaria bem claro pro mundo que escuto música em disco de vinil (e estou em busca de me associar a esse clube analógico muito em breve).
Da mesma maneira, tentei me lembrar dos amigos que colecionam CDs. Cheguei em 2. Mas eles não falam muito sobre isso e, no fim das contas, colecionam vinil também. O CD, pra eles, acaba facilitando o acesso ao álbum completo, visto que tem determinados álbuns em vinil que são muito muito raros. Ou seja, esses dois amigos têm duas coleções: vinis e CDs. Eu mesma já colecionei CDs, antes do ~ADVENTO~ da internet e do amplo acesso à pirataria, a gente escutava CDs afu. E pra escutar, ou tu pegava emprestado de alguém e gravava numa fitinha (quem não copiou um CD que atire a primeira pedra), ou comprava.
O negócio do CD é que ele estragava (estraga) fácil demais. Embora tu pudesse escutar no rádio, CD player, carro e nos computadores da época, não dava pra fazer nada muito brusco que ele riscava. Mas a gente fazia. A caixinha de CD que não tivesse com aquele miolinho de plástico quebrado, certamente guardava um CD que não era muito ouvido. E esse miolinho quebrado fazia com que o CD arranhasse muito. O troca-troca de player pra ouvi-lo também colaborava para tornar a vidinha do CD ainda mais curta.
Existem diversas razões pelas quais quem gosta de disco de vinil prefere escutar música num disco de vinil. A durabilidade é só uma delas. Até porque, o negócio todo em torno de quem coleciona qualquer coisa, é cuidar muito dessa coisa. As pessoas que colecionam, atribuem ali no vinil (ou CD) todo um valor sentimental e emocional, que é evocado a cada escutada daquele álbum. E isso não é novidade, é? Basta conversar com qualquer pessoa que escuta disco de vinil, que ela vai revelar os mais diversos prazeres que envolvem o colocar do disco na vitrola para tocar.
Dito isto, fico aqui pensando no objeto que acredito ser o mais evocativo possível em termos de valor sentimental, que é a fotografia revelada. Tá certo que a caixinha repleta de fotos que temos em algum armário de casa não foi elaborada por um artista, tal qual os álbuns dos discos. No máximo, por aquele tio, ou tia, entusiasta de tirar fotos da família a cada churrasco de domingo e que, no fim, garantiu esse pack de memórias visuais que tua família guarda muito bem guardadinho. E daí, quando o pessoal se reúne (cada vez mais raramente) alguém pega lá a caixinha de fotos e fica todo mundo absorto em lembranças, comentando cada um dos episódios retratados ali.
Não importa o quanto o tempo passe, no fim essa cena é muito comum até hoje. Quando a gente tem as fotos reveladas (ampliadas é o nome correto), a gente olha pra elas com outra atenção, se permite mergulhar na história da foto, e fica ali curtindo o ritual que é passar uma após a outra com as mãos. Sejam elas fotos antigas (que na minha opinião são as mais legais), do tempo do preto e branco, sejam as mais novas, que, por algum milagre, nos demos de conta de salvar num pendrive e mandamos revelar, a gente sabe que a foto impressa é muito mais legal, né?
É que nem escolher o disco de vinil ou o CD que a gente vai ouvir a seguir. A experiência com a foto impressa é tão evocativa, que hoje temos câmeras atuais que só entregam a fotografia já revelada, sem a versão digital, pra proporcionar pra gente esse efeito. É o caso daquela Fuji Instax (a polaroide contemporânea). E funciona. Sempre que a gente vê um mural de fotos Instax na casa de alguém a gente para pra ficar olhando. A gente também adora quando ganha uma de alguém que tem uma câmera dessas e faz uma fotinho nossa.
Talvez seja pelo fato da gente poder guardar elas, não sei (na verdade sei, mas custaria muito escrever aqui), mas essa materialidade da foto revelada nos deixa felizes em lidar com elas e parar um momento do nosso dia para olhá-las. No passado, todo mundo colecionava fotografias. Agora, nossas coleções de fotos acontecem só nos backups dos nossos celulares, de maneira automática. A gente clica muito, olha pouco, lembra menos ainda, e jamais volta nelas. Parecem as músicas que passam nas playlists que eu coloco no Spotify. Nunca acho elas depois.
Nossas fotos são especiais pra gente. Nos evocam sentimentos tal qual um disco de vinil evoca para seus ouvintes. As pessoas que colecionam vinil gostam, acima de tudo, de cuidar daquelas coisas que são especiais pra elas. E nós, temos cuidado das nossas fotos?
Reflexãozinha de segunda-feira, por mim mesma, a Laura Barros.
Essa news não acabou! Logo abaixo tem um monte de sugestões de leitura sobre fotografia pra inspirar tua semana.
Meu blog 🎙
Pois é, agora tenho um blog e já fiz algumas publicações. Fica lá no meu site www.laurabarros.com
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Para Inspirar
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🎉 Brasileiro ganha um dos maiores concursos de fotografia do mundo na categoria “Culinária e Comida” com foto tirada com celular.
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🧶 Um pouco de fofoca não faz mal: fotógrafa Petra Collins alega que Sam Levinson, diretor de Euphoria, roubou a estética dela para fazer a série.
Referências
🏗 Acervo: imagens da exposição “Investigações sobre Infraestrutura”, de vários autores, que reúne composições entre estruturas industriais, elementos da natureza, em jogos de contrastes, linhas e texturas.
🚝 Trabalho: The Cinematic Allure of the Moscow Metro, de Tomer Ifrah, que retrata com forte estética cinemática o cotidiano das pessoas no movimentado metrô de Moscow.
🎞 Galeria boa demais de olhar: Francesco Aglieri Rinella.
💁🏻♀️ Matéria: os autorretratos de Mari Katayama, em “Why I Make Art”.
🎈 Editorial de moda: Crush Boys, de Semi Yang, publicado Pap Magazine.
História
🗼 Galeria fantástica de fotos antigas de viagem.
📚 “Vendendo polaroides nos bares de Amsterdam, em 1980” review do livro fotográfico com acervo da vida noturna da cidade.
Tecnologia
🔎 Como funciona o zoom de 100x em câmeras de celular
📹 Fotografia de celular: acessórios externos que podem ajudar a melhorar/incrementar suas imagens.
😍 Estive fazendo errado até hoje! Confere aqui como não perder qualidade das fotos postadas no Instagram
Por hoje é isso. 🎈
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Beijos,
Laura Barros Fotografia
www.laurabarros.com
@laurabarrosfoto
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